terça-feira, 26 de março de 2013

Como Saber Os Séculos?


Como Saber Os Séculos?     

    Os historiadores necessitam de trabalhar com períodos de tempo mais longos  que os utilizados pelas pessoas em seu cotidiano. No dia a dia, usamos muito mais os dias, semanas, meses e anos que os séculos ou os milênios. Para estudar história é necessário dividir o tempo em séculos ou milênios, já que a história humana tem mais de 5 mil anos!

Vamos ao cálculo:
     A primeira coisa que precisamos saber é que para indicar os séculos os historiadores geralmente utilizam os algarismos romanos (X, II, V etc.), e não os algarismos arábicos (1, 10, 357 etc.). Dessa forma, o século 12 d.C. é representado como século XII d.C.
    Se o ano termina em "00", basta remover os dois últimos dígitos e se terá o resultado do século. Exemplo:

Ano 300 = 300 = 3 -> século III
Ano 1700 = 1700 = 17 -> século XVII
Ano 2000 = 2000 = 20 -> século XX

     Mas quando o número não termina em dois zeros é só eliminar os dois últimos dígitos e somar "1" ao resultado. Exemplos:

Ano 1450 = 1450 = 14+1 = 15 -> século XV
Ano 736 = 736 = 7+1 = 8 século VIII
Ano 1895 = 1895 = 18+1 = 19 -> século XIX

Tipos de Escrita

Escrita Alfabética

    A escrita, até chegar aos sistemas alfabéticos atualmente utilizados, passou por um longo processo de evolução, com inúmeras mudanças e transformações. Essa evolução foi marcada pelo surgimento do sistema de escrita ideográfica (cuneiforme, hieroglífico e chinês), que foi gradualmente conduzido para o fonetismo, sistema onde as palavras passaram a ser decompostas em unidades sonoras. 
    O fonetismo aproximou, portanto, a escrita de sua função natural que é a de interpretar a língua falada, a língua oral, a língua considerada como som. Dessa forma o sinal se libertaria do objeto e a linguagem readquiriria a sua verdadeira natureza que é oral. Decompondo o som das palavras, o homem percebeu que ela se reduzia a unidades justapostas, mais ou menos independente umas das outras e nitidamente diferenciáveis. Daí surgiram dois tipos de escrita: a silábica, fundamentada em grupos de sons e a, alfabética, onde cada sinal corresponde a uma letra. 
    A escrita alfabética foi difundida com a criação do alfabeto fenício, constituído por vinte e dois signos que permitiam escrever qualquer palavra. Adotado pelos gregos, esse alfabeto foi aperfeiçoado e ampliado passando a ser composto por vinte e quatro letras, divididas em vogais e consoantes. A partir do alfabeto grego surgiram outros, como o gótico, o etrusco e, finalmente o latino, que com a expansão do Império Romano e o domínio do mundo ocidental, se impôs em todas as suas colônias.


Alfabeto Fenício

Alfabeto Grego


ESCRITA IDEOGRÁFICA

É um sistema de escrita que se manifesta através de"ideogramas": símbolo gráfico ou desenho (signos pictóricos) formando caracteres separados e representando objetos, ideias ou palavras completas e os sons com que tais objetos ou ideias eram nomeados no respectivo idioma. Por isso, eram necessários tantos símbolos quantos os objetos e ideias a exprimir. Provavelmente, a escrita ideográfica evoluiu a partir de formas da escrita pictográfica.
Os mais antigos vestígios de escrita ideográfica provêm de Sumer, cujo alfabeto dispunha de quase 20.000 ideogramas.
Outro exemplo de escrita ideográfica, e um dos primeiros sistemas de escrita, são os caracteres chineses e japoneses. Os ideogramas são inscritos, separadamente, num quadrado imaginário, dispostos em colunas e lidos de cima para baixo a partir da direita. Na forma tradicional, os caracteres eram traçados a pincel. O emprego da pena de escrever deu aos signos um aspecto anguloso.

No início, a escrita traduzia somente ideias (imagens) e não sons. Entretanto, para traduzir ideias abstratas, cuja transcrição gráfica era impossível, os chineses recorreram aos símbolos (ideogramas) de objetos concretos, correspondente na língua falada, a uma palavra com o mesmo som. Deste modo, introduziram elementos fonéticos na escrita ideográfica.
Fica claro, que nessa escrita ideográfica, existe a necessidade de um vasto número de diferentes símbolos - no período Shang (1766-1122 a.C), havia cerca de 2.500; hoje em dia há aproximadamente 50 mil. Isto torna a escrita muito difícil de ser apreendida. No entanto, apresenta uma vantagem significativa: a escrita pode ser lida independentemente da língua falada. Na China, com uma população falando diferentes dialetos, este recurso mostrou-se de grande valia.
Devido à resistência prolongada da China e Japão a influências externas, a escrita chinesa e japonesa alterou-se muito pouco na sua essência, desde que foi inicialmente desenvolvida, nunca evoluíram para outra forma de escrita, permanecendo não alfabética até hoje.
Em nossa escrita, usamos alguns símbolos ideográficos. O caso mais notável é a nossa representação dos números: [0] lê-se zero, [1] lê-se um, [2] lê-se dois e assim por diante. Observe que com apenas um sinal gráfico representamos uma palavra inteira que nos dá uma ideia completa.
As abreviaturas de nossa ortografia também podem ser consideradas símbolos ideográficos: [a.C.] lê-se antes de Cristo. / [V.S.a] lê-se Vossa Senhoria - [Adv.] lê-se[advogado]. Note que a abreviatura pode representar uma palavra ou uma locução. Nesse caso, o somatório de letras da abreviatura é que compõe o símbolo ideográfico.


Xilogravura

    As primeiras impressões tabelares (ou tabulares) localizadas são originárias da China, foram feitas utilizando uma técnica semelhante à xilogravura, que consistia em prensar folhas contra tábuas gravadas e tintadas. O mesmo método foi adotado na Europa, inicialmente para reprodução de gravuras de imagens de santos e baralhos e, posteriormente, para páginas inteiras de texto e livros. 
    Os primeiros livros tabelares surgiram na Holanda, na metade do século XV, eram manuais dirigidos ao baixo clero para pregação popular e utilização em escolas, compostos por ilustrações e textos curtos escritos em latim.

Albrecht Dürer foi um dos maiores artistas renascentistas com trabalhos de xilogravura.
Também foi o primeiro a estabelecer o chamado “direito de propriedade artística”, pois já marcava sobre as pranchas de madeira seu monograma, declarando-se autor do desenho, registrando, assim, a autoria de sua Ideia  o que exigia muito dele, pois era onde constantemente se testava, experimentando formas.





Hieróglifos

    A escrita hieroglífica utilizava imagens para representar objetos concretos e, para representar idéias abstratas, empregava o princípio do rébus, que consistia em decompor as palavras em sons e representar cada som por uma imagem. Como essas imagens eram freqüentemente mal interpretadas, já que o mesmo som era utilizado em várias palavras, foram introduzidos mais dois sinais, sendo um para indicar como elas deveriam ser lidas e outro para lhes dar um sentido geral. Os hieróglifos eram escritos em vários sentidos, da esquerda para a direita, da direita da esquerda ou mesmo de cima para baixo. A colocação das palavras, do ponto de vista gramatical, era sequencial, primeiro o verbo, seguido pelo sujeito e pelos objetos direto e indireto. 
    Além da hieroglífica, os egípcios desenvolveram mais duas formas de escrita: 
hierática - escrita cursiva utilizada na maior parte dos textos literários, administrativos e jurídicos; 
demótico - forma simplificada da escrita hierática, utilizada em documentos jurídicos.







Escrita Cuneiforme

     Sistema de escrita que surgiu na Babilônia, em meados do quarto milênio a.C. Consistia na gravação de caracteres, com haste de ponta quadrada, em tabletes de argila úmida posteriormente cozidos ao forno, resultando em incisões em forma de cunha, razão pela qual foi denominada de escrita cuneiforme. Tratava-se inicialmente de um sistema pictográfico que gradualmente se transformou em um conjunto de sinais silábicos e fonéticos onde eram empregados centenas de diferentes sinais. Desse sistema de escrita, no entanto, não se derivou nenhum alfabeto.




Manuscritos – Idade Média



      Manuscrito: documento em pergaminho ou papel; livro escrito a mão.
    A cópia de manuscritos, nos monastérios da Idade Média, estava incluída entre os principais deveres dos monges, pois era considerada um exercício espiritual, utilizado para aprimorar suas virtudes e realçar seus merecimentos sobrenaturais.

    Durante a Idade Média o livro era praticamente uma exclusividade da Igreja, todas as grandes abadias possuíam um scriptorium, onde eram confeccionados os manuscritos, desde a preparação do pergaminho até às ilustrações, que tinham fundamental importância, tanto como elemento decorativo como para representar graficamente os textos.

    Nesse período o rolo foi substituído pelo códex, antepassado medieval do livro atual, feito com texto manuscrito em folhas encartadas, dobradas e costuradas, formando uma espécie de caderno. Esses livros eram confeccionados como verdadeiras obras de arte, as encadernações, assim como as ilustrações, eram executadas por artistas com a utilização de placas de marfim, cobre, prata e ouro maciço com incrustações de pedras preciosas. O formato luxuoso manteve-se por toda a Idade Média, principalmente durante a Renascença Carolíngia ou o Império Otoniano.



Suportes da Escrita

O SURGIMENTO DA ESCRITA


     A escrita  é o resultado do ato de escrever.
     Muito antes de surgir um sistema educacional organizado como conhecemos hoje, a escrita por si só, como um registro de sinais, codificações isoladas e que por uma associação passa a ter algum significado existe a cerca de três mil anos antes de Cristo no final do período Neolítico; esta característica de escrita marca o que chamamos pré-histórico, pois foi com o advento da linguagem escrita que inicia o fim desse período “pré” para o inicio da história propriamente dita.
     Foi no final deste período neolítico que os Sumérios (povo que vivia na Mesopotâmia, e que já possuía alguma evolução para fazer contagem numérica) criaram um artifício organizado em sílabas para significar o que era falado por eles, e posteriormente este recurso serviu de estimulo para um outro povo criar o alfabeto. A forma de escrita mais antiga registrada ocorreu no oriente médio e é chamada “escrita cuneiforme”.
     O aprimoramento da comunicação possibilitou que tarefas difíceis tornassem menos árduas por meio de pesquisas e invenções, e a troca de experiências e informações compartilhadas trouxeram a existência de artifícios que proporcionaram ao homem economizar energia, conservar alimentos e melhorar sua acomodação.
      De posse dessa conquista foi possível exercer a abstração, linguagem, e comunicação para funções de lazer, auto-conhecimento, reflexão e crenças. Mais do que isso, por meio da escrita a humanidade transpõe as barreiras do tempo e do espaço deixando informações e toda sorte de registros para posteridade.
    Antes do surgimento da escrita, os gregos antigos encarregavam um mensageiro, que ia, de navio ou a cavalo, levar a notícia desejada. A comunicação só acontecia cara a cara.





OS SUPORTES DA ESCRITA

      De forma resumida os suportes da escrita são as superfícies, geralmente planas utilizadas para escrita.      Já os instrumentos das escritas são os objetos utilizados para escrever.      Por exemplo, quando os alunos escrevem no caderno, estão utilizando caderno como suporte da escrita e caneta e lápis como instrumentos da escrita.

Lousa e giz são exemplos de suportes
 e instrumentos da escrita.

Caderno e lápis são exemplos de 
suporte e instrumentos da escrita.


      Qualquer superfície pode ser utilizada como suporte para a escrita. Mas existem aqueles que foram usados de forma sistemática ao longo das civilizações e fazem parte da história da escrita.
     Inicialmente os suportes mais duros eram utilizados: pedra, madeira, casca de árvore, casco de animais e ossos registraram o alvorecer da linguagem escrita. Desses, o mais marcante até hoje são as placas de argila utilizadas na Suméria (antiga civilização localizada onde atualmente temos o Iraque) cerca de 3500 a.C. para a escrita cuneiforme – considerada pelos historiadores a primeira. Para marcar a argila era utilizada uma cunha.




     Depois vieram os suportes de origem vegetal, como as folhas de palmeira na Índia e o bambu na China.




      papiro espalha-se do Egito por toda Europa e Oriente Médio depois de 2500 a.C. Fabricado a partir de tiras entrelaçadas do caule da planta de mesmo nome.     Abaixo, reprodução de um texto de medicina egípcio escrito em papiro e datado por volta de 1600 a.C.



     Na América, os Maias utilizavam uma espécie de papel, chamado de Kopó, fabricado a partir da casca de figueira e mais propício à escrita que o famoso papiro. Um dos poucos códices maias que sobreviveram à invasão espanhola, encontra-se atualmente na cidade de Dresden, na Alemanha e foi escrito nesse tipo de papel.



     Voltando à Europa e aos suportes mais rígidos, tábuas de madeira revestidas de cera eram utilizadas na Roma Antiga para anotações cotidianas, com a vantagem de poder ser apagada, simplesmente raspando a camada de cera escrita e substituindo por uma nova camada lisa. Nas chamadas tábulas se escreviam com uma espécie de estilete ou marcador de ponta fina.




     De origem animal, o pergaminho conquista o Ocidente e Oriente Médio na Antiguidade por sua durabilidade. Este material foi usado amplamente nos mosteiros da Idade Média para preservar diversos textos. Feito a partir de pele animal, até hoje é utilizado para documentos importantes, pois além de durável, dificulta a falsificação. No Brasil ainda há fabricação artesanal de pergaminho.






     Mas é o papel chinês que conquista o mundo e torna-se o suporte mais importante de nosso tempo. Dele não é preciso falar muito...      Agora caminhamos para as tablets digitais, que lembram as antigas tábulas de madeira.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Pré-História - A Origem

Pré-História


   A Pré-história corresponde ao período da História que antecede a invenção da escrita, evento que marca o começo dos tempos históricos registrados, e que ocorreu aproximadamente em 3200 a.C.
   Também pode ser contextualizada para um determinado povo ou nação como o período da história desse povo ou nação sobre o qual não há documentos escritos. O termo pré-história mostra, portanto, a importância da escrita para a civilização ocidental. Uma vez que não há documentos deste momento da evolução humana, seu estudo depende do trabalho de arqueólogo, antropólogos, paleontologia e genética ou de outras áreas científicas, que analisam restos humanos, sinais de suas presenças e utensílios preservados para tentar traçar, pelo menos parcialmente, sua cultura e costumes.

As pinturas rupestre são fonte de informação sobre este período.


   No entanto, o período pré-histórico, conta com um riquíssimo aparato documental que relata as descobertas e costumes do homem. Além disso, nos traz à tona uma série de questões de interesse atual, como a que se refere à relação do homem com a natureza.


Evolução Humana

     Em oposição ao criacionismo, a teoria evolucionista parte do princípio de que o homem é o resultado de um lento processo de alterações (mudanças). Esta é a ideia central da evolução: os seres vivos (vegetais e animais, incluindo os seres humanos) se originaram de seres mais simples, que foram se modificando ao longo do tempo.

As etapas da evolução humana:

Primatas: Os mais antigos viveram há cerca de 70 milhões de anos. Esses mamíferos de pequeno porte habitavam as árvores das florestas e alimentavam-se de olhas e insetos.
Hominoides: São primatas que viveram entre aproximadamente 22 e 14 milhões de anos atrás. O procônsul, que tinha o tamanho de um pequeno gorila, habitava em árvores, mas também descia ao solo; era quadrúpede, isto é, locomovia-se sobre as quatro patas. Descendente do procônsul, o kenyapiteco às vezes endireitava o corpo e se locomovia sobre as patas traseiras.
Hominídeos: Família que inclui o gênero australopiteco e também o gênero humano. O australopiteco afarense, que viveu há cerca de 3 milhões de anos, era um pouco mais alto que o chimpanzé. Já caminhava sobre os dois pés e usava longos braços se pendurar nas  árvores. Mais alto e pesado, o australopiteco africano viveu entre 3 milhões e 1 milhão de anos. Andava ereto e usava as mãos para coletar frutos e atirar pedras para abater animais.
Homo habilis: Primeiro hominídeo do gênero Homo. Viveu por volta de 2 milhões de anos a 1,4 milhões de anos atrás. Fabricava instrumentos simples de pedra, construía cabanas e, provável,ente, desenvolveu, uma linguagem rudimentar. Seus vestígios só foram encontrados na África.
Homo erectus: Descendente do Homo habilis, viveu entre 6 milhões de anos e 150 mil anos atrás. Saiu da África, alcançando a Europa, a Ásia e a Oceania. Fabricava instrumentos de pedra mais complexos e cobria o corpo com  peles de animais. Vivia em grupos de vinte a trinta membros e utilizava uma linguagem mais sofisticada. Foi o descobridor do fogo.
Homem de Neandertal: Provável descendente do Homo erectus, viveu há cerca de 200 mil a 30 mil anos. Habilidoso, criou muitas ferramentas e fabricava armas e abrigos com ossos de animais. Enterrava os mortos nas cavernas, com flores e objetos. Conviveu com os primeiros homens modernos e desapareceu por motivos até hoje desconhecidos.
Homo sapiens:  Descendente do Homo erectus, surgiu entre 100 mil e 50 mil anos atrás. Trata-se do homem moderno. Espalhou-se por toda a Terra, deixando variados instrumentos de pedra, osso e marfim. Desenvolveu a pintura e a escultura.

     É preciso lembrar, porém, que esse painel não está completo. Ele apenas resume o que foi possível concluir a partir dos fósseis estudados até hoje. Ainda faltam muitas peças no quebra cabeça  da evolução humana, por exemplo, o tão procurado "elo perdido", aquele espécime com características de primatas e de humanos, que explicaria um importante passo da humanidade em sua fascinante aventura sobre a Terra.




Período Paleolítico


     Conhecido como o mais extenso período da história humana, o Período Paleolítico abrange uma datação bastante variada que vai de 2,7 milhões de anos até 10.000 a.C. Desprovido de técnicas muito sofisticadas, os grupos humanos dessa época desenvolviam hábitos e técnicas que facilitavam sua sobrevivência em meio às hostilidades impostas pela natureza.
     Nesse período, as baixas temperaturas da Terra obrigavam o homem do Paleolítico a viver sob a proteção das cavernas. Uma das mais importantes descobertas dessa época foi o fogo. Com esse poderoso instrumento, os homens pré-históricos alcançaram melhores condições de sobrevivência mediante as severas condições climáticas. Além disso, o domínio do fogo modificou os hábitos alimentares humanos, com a introdução da caça e vegetais cozidos.
     Sem contar com técnicas de produção agrícola, o homem vivia deslocando-se por diversos territórios. Praticantes do nomadismo, os grupos paleolíticos utilizavam dos recursos naturais à sua volta. Depois de consumi-los, migravam para regiões que apresentavam maior disponibilidade de frutas, caça e pesca. Para fabricar suas armas e utensílios, os homens faziam uso de osso, madeira, marfim e pedra. Em razão dessas características da cultura material do período, também costumamos chamar o Paleolítico de Período da Pedra Lascada.





     Por volta de 40 mil anos, os povos do paleolítico começaram a viver em grupos mais populosos. Ao mesmo tempo, começaram a criar novas moradias feitas a partir de gravetos e peles de animais. Uma das grandes fontes de compreensão desse período é encontrada nas paredes das cavernas, onde se situam as chamadas pinturas rupestres. Nelas temos informações sobre o homem pré-histórico referente à suas ações cotidianas.
     No fim do Paleolítico, uma série de glaciações transformou as condições climáticas do mundo. As temperaturas tornaram-se mais amenas e, a partir de então, foi possível o processo de fixação dos grupos humanos. Com isso, uma série de mudanças marcou a passagem do período Paleolítico para o Neolítico.



Período Neolítico


     Uma das mais importantes conquistas na formação das primeiras civilizações humanas estabelece-se em um novo período da Pré-História. Durante o Neolítico ou Idade da Pedra Polida ocorreram grandes transformações no clima e na vegetação. O continente europeu passou a contar com temperaturas mais amenas e observamos a formação do Deserto do Saara, na África.
     A prática da caça e da coleta se tornaram opções cada vez mais difíceis. A agricultura e o consequente processo de sedentarização do homem se estabeleceram gradualmente. Além disso, a domesticação animal se tornou uma prática usual entre os grupos humanos que se formavam nesse período. A estabilidade obtida por essas novas técnicas de domínio da natureza e dos animais também possibilitou a formação de grandes aglomerados populacionais.
     No fim do período Neolítico também ocorreu a chamada Idade dos Metais. Nessa época, o desenvolvimento de armas e utensílios criados a partir do cobre, do bronze e, posteriormente, de ferro se tornaram usuais. Com o desenvolvimento dos primeiros Estados e o aparecimento da escrita, o período Neolítico finalizou o recorte de tempo da Pré-História e abriu portas para o estudo das primeiras civilizações da Antiguidade.




Idade dos Metais


     Considerada a última fase do Neolítico, a Idade dos Metais marca o início da dominação dos metais por parte das primeiras sociedades sedentárias da Pré-História. No entanto, qual a importância de se ressaltar esse tipo de descoberta humana? O que podemos frisar é que a utilização dos metais foi de fundamental importância para algumas das sociedades que surgiram durante a Antiguidade.
     Através do domínio de técnicas de fundição, o homem teve condições de criar instrumentos mais eficazes para o cultivo agrícola, derrubada de florestas e a prática da caça. Além disso, o domínio sobre os metais teve influência nas disputas entre as comunidades que competiam pelo controle das melhores pastagens e áreas férteis. Dessa maneira, as primeiras guerras e o processo de dominação de uma comunidade sobre outra contou com o desenvolvimento de armas de metal.     O primeiro tipo de metal utilizado foi o cobre. Com o passar dos anos o estanho também foi utilizado como outro recurso na fabricação de armas e utensílios. Com a junção desses dois metais, por volta de 3000 a.C., tivemos o aparecimento do bronze. Só mais tarde é que se tem notícia da descoberta do ferro. Manipulado por comunidades da Ásia Menor, cerca de 1500 a.C., o ferro teve um lento processo de propagação. Isso se deu porque as técnicas de manipulação da liga de ferro eram de difícil aprendizado.
     Contando com sua utilização, observamos que a maior resistência dos produtos e materiais metálicos teve grande importância na consolidação das primeiras grandes civilizações do Mundo Antigo. Assim, o uso do metal pôde influenciar tanto na expansão, como no desaparecimento de determinadas civilizações.