terça-feira, 26 de março de 2013

Tipos de Escrita

Escrita Alfabética

    A escrita, até chegar aos sistemas alfabéticos atualmente utilizados, passou por um longo processo de evolução, com inúmeras mudanças e transformações. Essa evolução foi marcada pelo surgimento do sistema de escrita ideográfica (cuneiforme, hieroglífico e chinês), que foi gradualmente conduzido para o fonetismo, sistema onde as palavras passaram a ser decompostas em unidades sonoras. 
    O fonetismo aproximou, portanto, a escrita de sua função natural que é a de interpretar a língua falada, a língua oral, a língua considerada como som. Dessa forma o sinal se libertaria do objeto e a linguagem readquiriria a sua verdadeira natureza que é oral. Decompondo o som das palavras, o homem percebeu que ela se reduzia a unidades justapostas, mais ou menos independente umas das outras e nitidamente diferenciáveis. Daí surgiram dois tipos de escrita: a silábica, fundamentada em grupos de sons e a, alfabética, onde cada sinal corresponde a uma letra. 
    A escrita alfabética foi difundida com a criação do alfabeto fenício, constituído por vinte e dois signos que permitiam escrever qualquer palavra. Adotado pelos gregos, esse alfabeto foi aperfeiçoado e ampliado passando a ser composto por vinte e quatro letras, divididas em vogais e consoantes. A partir do alfabeto grego surgiram outros, como o gótico, o etrusco e, finalmente o latino, que com a expansão do Império Romano e o domínio do mundo ocidental, se impôs em todas as suas colônias.


Alfabeto Fenício

Alfabeto Grego


ESCRITA IDEOGRÁFICA

É um sistema de escrita que se manifesta através de"ideogramas": símbolo gráfico ou desenho (signos pictóricos) formando caracteres separados e representando objetos, ideias ou palavras completas e os sons com que tais objetos ou ideias eram nomeados no respectivo idioma. Por isso, eram necessários tantos símbolos quantos os objetos e ideias a exprimir. Provavelmente, a escrita ideográfica evoluiu a partir de formas da escrita pictográfica.
Os mais antigos vestígios de escrita ideográfica provêm de Sumer, cujo alfabeto dispunha de quase 20.000 ideogramas.
Outro exemplo de escrita ideográfica, e um dos primeiros sistemas de escrita, são os caracteres chineses e japoneses. Os ideogramas são inscritos, separadamente, num quadrado imaginário, dispostos em colunas e lidos de cima para baixo a partir da direita. Na forma tradicional, os caracteres eram traçados a pincel. O emprego da pena de escrever deu aos signos um aspecto anguloso.

No início, a escrita traduzia somente ideias (imagens) e não sons. Entretanto, para traduzir ideias abstratas, cuja transcrição gráfica era impossível, os chineses recorreram aos símbolos (ideogramas) de objetos concretos, correspondente na língua falada, a uma palavra com o mesmo som. Deste modo, introduziram elementos fonéticos na escrita ideográfica.
Fica claro, que nessa escrita ideográfica, existe a necessidade de um vasto número de diferentes símbolos - no período Shang (1766-1122 a.C), havia cerca de 2.500; hoje em dia há aproximadamente 50 mil. Isto torna a escrita muito difícil de ser apreendida. No entanto, apresenta uma vantagem significativa: a escrita pode ser lida independentemente da língua falada. Na China, com uma população falando diferentes dialetos, este recurso mostrou-se de grande valia.
Devido à resistência prolongada da China e Japão a influências externas, a escrita chinesa e japonesa alterou-se muito pouco na sua essência, desde que foi inicialmente desenvolvida, nunca evoluíram para outra forma de escrita, permanecendo não alfabética até hoje.
Em nossa escrita, usamos alguns símbolos ideográficos. O caso mais notável é a nossa representação dos números: [0] lê-se zero, [1] lê-se um, [2] lê-se dois e assim por diante. Observe que com apenas um sinal gráfico representamos uma palavra inteira que nos dá uma ideia completa.
As abreviaturas de nossa ortografia também podem ser consideradas símbolos ideográficos: [a.C.] lê-se antes de Cristo. / [V.S.a] lê-se Vossa Senhoria - [Adv.] lê-se[advogado]. Note que a abreviatura pode representar uma palavra ou uma locução. Nesse caso, o somatório de letras da abreviatura é que compõe o símbolo ideográfico.


Xilogravura

    As primeiras impressões tabelares (ou tabulares) localizadas são originárias da China, foram feitas utilizando uma técnica semelhante à xilogravura, que consistia em prensar folhas contra tábuas gravadas e tintadas. O mesmo método foi adotado na Europa, inicialmente para reprodução de gravuras de imagens de santos e baralhos e, posteriormente, para páginas inteiras de texto e livros. 
    Os primeiros livros tabelares surgiram na Holanda, na metade do século XV, eram manuais dirigidos ao baixo clero para pregação popular e utilização em escolas, compostos por ilustrações e textos curtos escritos em latim.

Albrecht Dürer foi um dos maiores artistas renascentistas com trabalhos de xilogravura.
Também foi o primeiro a estabelecer o chamado “direito de propriedade artística”, pois já marcava sobre as pranchas de madeira seu monograma, declarando-se autor do desenho, registrando, assim, a autoria de sua Ideia  o que exigia muito dele, pois era onde constantemente se testava, experimentando formas.





Hieróglifos

    A escrita hieroglífica utilizava imagens para representar objetos concretos e, para representar idéias abstratas, empregava o princípio do rébus, que consistia em decompor as palavras em sons e representar cada som por uma imagem. Como essas imagens eram freqüentemente mal interpretadas, já que o mesmo som era utilizado em várias palavras, foram introduzidos mais dois sinais, sendo um para indicar como elas deveriam ser lidas e outro para lhes dar um sentido geral. Os hieróglifos eram escritos em vários sentidos, da esquerda para a direita, da direita da esquerda ou mesmo de cima para baixo. A colocação das palavras, do ponto de vista gramatical, era sequencial, primeiro o verbo, seguido pelo sujeito e pelos objetos direto e indireto. 
    Além da hieroglífica, os egípcios desenvolveram mais duas formas de escrita: 
hierática - escrita cursiva utilizada na maior parte dos textos literários, administrativos e jurídicos; 
demótico - forma simplificada da escrita hierática, utilizada em documentos jurídicos.







Escrita Cuneiforme

     Sistema de escrita que surgiu na Babilônia, em meados do quarto milênio a.C. Consistia na gravação de caracteres, com haste de ponta quadrada, em tabletes de argila úmida posteriormente cozidos ao forno, resultando em incisões em forma de cunha, razão pela qual foi denominada de escrita cuneiforme. Tratava-se inicialmente de um sistema pictográfico que gradualmente se transformou em um conjunto de sinais silábicos e fonéticos onde eram empregados centenas de diferentes sinais. Desse sistema de escrita, no entanto, não se derivou nenhum alfabeto.




Manuscritos – Idade Média



      Manuscrito: documento em pergaminho ou papel; livro escrito a mão.
    A cópia de manuscritos, nos monastérios da Idade Média, estava incluída entre os principais deveres dos monges, pois era considerada um exercício espiritual, utilizado para aprimorar suas virtudes e realçar seus merecimentos sobrenaturais.

    Durante a Idade Média o livro era praticamente uma exclusividade da Igreja, todas as grandes abadias possuíam um scriptorium, onde eram confeccionados os manuscritos, desde a preparação do pergaminho até às ilustrações, que tinham fundamental importância, tanto como elemento decorativo como para representar graficamente os textos.

    Nesse período o rolo foi substituído pelo códex, antepassado medieval do livro atual, feito com texto manuscrito em folhas encartadas, dobradas e costuradas, formando uma espécie de caderno. Esses livros eram confeccionados como verdadeiras obras de arte, as encadernações, assim como as ilustrações, eram executadas por artistas com a utilização de placas de marfim, cobre, prata e ouro maciço com incrustações de pedras preciosas. O formato luxuoso manteve-se por toda a Idade Média, principalmente durante a Renascença Carolíngia ou o Império Otoniano.



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