sexta-feira, 3 de maio de 2013

MESOPOTÂMIA E SEUS POVOS

MESOPOTÂMIA

   A região entre os rios Tigre e Eufrates foi o berço de diversas das civilizações desenvolvidas ao longo da Antiguidade. O aparecimento de tantas culturas nessa região é usualmente explicado pela fundamental importância dada aos regimes de cheias e vazantes que fertilizavam as terras da região. Ao longo desse processo, sumérios, assírios e acádios criaram vários centros urbanos, travaram guerras e promoveram uma intensa troca de valores e costumes.



    Segundo alguns estudos realizados, a ocupação dessa parcela do Oriente Médio aconteceu aproximadamente há 4000 a.C., graças ao deslocamento de pequenas populações provenientes da Ásia Central e de regiões montanhosas da Eurásia. Cerca de um milênio mais tarde, os povos semitas também habitaram essa mesma região. Já nesse período, a Mesopotâmia possuía um expressivo conjunto de cidades-Estado, como Nipur, Lagash, Uruk e Ur.


SUMÉRIOS


   Os sumérios desenvolveram sua civilização na região sul da Mesopotâmia, entre os rios Eufrates e Tigre (área integrante do Crescente Fértil). Habitaram esta região, conhecida como Suméria, entre os anos 4000 e 1950 a.C.
  Os sumérios destacaram-se na elaboração de projetos e construção de um complexo e desenvolvido sistema de controle de água do Tigre e Eufrates. Construíram barragens, sistemas de drenagem do solo, canais de irrigação e diques. A armazenagem da água era muito importante para a sobrevivência das cidades sumérias.
    Uma enorme contribuição cultural dos sumérios foi o a criação do sistema de escrita cuneiforme , por volta de 4000 a.C. Neste sistema, os sinais representavam idéias e objetos. Usavam placas de argila (barro), onde cunhavam (marcavam com cunhas) esta escrita. Muito do que sabemos atualmente, sobre este período da história, devemos as placas de barro com registros cotidianos, econômicos, administrativos e políticos deste período.
    Os sumérios eram politeístas (acreditavam na existência de vários deuses). As divindades sumérias eram ligadas a natureza (Sol, chuva, vento, trovão) e também aos sentimentos (ódio, amor, tristeza, felicidade).
   Os sumérios foram excelentes arquitetos e construtores. Desenvolveram os zigurates, que eram enormes construções em formato de pirâmides. Os zigurates eram usados como locais de armazenagem de grãos e também como templos religiosos.
Construíram várias cidades-Estado importantes como, por exemplo:  Nippur, Ur, Kish, Uruk,  Lagash e Eridu.




   O território sumério foi invadido, por volta de 1950 a.C, pelos amoritas e elamitas (originários da Pérsia). Os sumérios foram dominados e derrotados por estes povos.


ASSÍRIOS


   Os assírios, assim como grande parte dos povos do antigo Oriente Médio, era um povo de guerreiros rudes e camponeses, possuíam a justiça baseada no código estabelecido no século XVIII a.C., pelo rei Hamurábi da Babilônia.
     A Assíria constituía-se basicamente como uma nação de servos que eram presos à terra que cultivavam. Eram praticamente escravos, pois podiam ser vendidos junto com a propriedade e deviam obediência à vila mais próxima. A vila estava sujeita à cidade pela obrigatoriedade de pagamento de impostos, participação nos festivais religiosos e obediência às normas administrativas. As cidades, dentre as quais destacavam-se Assur, Nínive e Nimrod, ficavam subordinadas à autoridade do rei.
   O rei da Assíria detinha poder absoluto sobre todas as dimensões do governo (econômico, político, religioso e militar), embora fosse tido como homem acreditava-se que ele era um enviado dos deuses. Em virtude dessa crença o monarca ficava distanciado dos demais mortais e apenas o superintendente do palácio podia vê-lo regularmente. Ao príncipe herdeiro apenas era permitida uma audiência com o rei se houvessem presságios favoráveis e os demais só podiam estar na presença do rei com os olhos vendados.




    O rei empenhava-se em deixar os deuses satisfeitos e por isso era submetido periodicamente a árduos rituais, como jejuar e ficar isolado de todos durante uma semana em uma cabana. Por vezes, haviam sinal que eram interpretados como se os deuses estivessem terrivelmente descontentes. O pior sinal que podia ocorrer era um eclipse, pois quando ocorria eram considerado um presságio da morte do monarca. Quando isso ocorria o rei abdicava do trono por certo tempo e um suplente ficava em seu lugar, assumindo a responsabilidade por aquilo que irritou os deuses. Após cem dias, o rei retornava ao poder e o seu substituto era executado, sob a justificativa de dar aos deuses a morte do rei predita pelo eclipse.
    A violência militar assíria tinha legitimidade por meio da religião: a conquista de territórios e riquezas era a missão divina dos reis. Os assírios eram extremamente agressivos e se vangloriavam de suas práticas sangrentas, tinham no terror e na atrocidade seus instrumentos de política externa. Um soberano assírio chamado Salmanasar I (1274 a 1245 a.C.), levou como escravos cerca de 14 mil soldados inimigos derrotados, porém para assegurar-se de que seriam dóceis tratou de cegá-los.



BABILÔNIOS

    Os babilônios estabeleceram-se ao norte da região ocupada pelos sumérios e, aos poucos, foram conquistando diversas cidades da região mesopotâmica. Nesse processo, destacou-se o rei Hamurábi  que, por volta de 1750 a.C., havia conquistado toda a Mesopotâmia, formando um império com capital na cidade de Babilônia.
   Hamurábi impôs a todos os povos dominados uma mesma administração. Ficou famosa a sua legislação, baseada no princípio de talião (olho por olho, dente por dente, braço por braço, etc.) O Código de Hamurábi  como ficou conhecido, é um dos mais antigos conjuntos de leis escritas da história. Hamurábi desenvolveu esse conjunto de leis para poder organizar e controlar a sociedade. De acordo com o Código, todo criminoso deveria ser punido de uma forma proporcional ao delito cometido.
   Os babilônios também desenvolveram um rico e preciso calendário, cujo objetivo principal era conhecer mais sobre as cheias do rio Eufrates e também obter melhores condições para o desenvolvimento da agricultura. Excelentes observadores dos astros e com grande conhecimento de astronomia, desenvolveram um preciso relógio de sol.

Torre de Babel

     Além de Hamurábi  um outro imperador que se tornou conhecido por sua administração foi Nabucodonosor, responsável pela construção dos Jardins suspensos da Babilônia, que fez para satisfazer sua esposa, e a Torre de Babel. Sob seu comando, os babilônios chegaram a conquistar o povo hebreu e a cidade de Jerusalém.

Jardins Suspensos da Babilônia

     Após a morte de Hamurábi, o império Babilônico foi invadido e ocupado por povos vindos do norte e do leste.

CÓDIGO DE HAMURÁBI
    O Código de Hamurábi é um conjunto de leis criadas na Mesopotâmia, por volta do século XVIII a.C, pelo rei Hamurábi da primeira dinastia babilônica. O código é baseado na lei de talião, “olho por olho, dente por dente”.
    As 281 leis foram talhadas numa rocha de diorito de cor escura. Escrita em caracteres cuneiformes, as leis dispõem sobre regras e punições para eventos da vida cotidiana. Tinha como objetivo principal unificar o reino através de um código de leis comuns. Para isso, Hamurábi mandou espalhar cópias deste código em várias regiões do reino.     As leis apresentam punições para o não cumprimento das regras estabelecidas em várias áreas como, por exemplo, relações familiares, comércio, construção civil, agricultura, pecuária, etc. As punições ocorriam de acordo com a posição que a pessoa criminosa ocupava na hierarquia social.    O código é baseado na antiga Lei de talião, “olho por olho, dente por dente”. Logo, para cada ato fora da lei haveria uma punição, que acreditavam ser proporcional ao crime cometido. A pena de morte é a punição mais comum nas leis do código. Não havia a possibilidade de desculpas ou de desconhecimento das leis.


Algumas Leis do Código de Hamurábi:
- Se alguém enganar a outrem, difamando esta pessoa, e este outrem não puder provar, então aquele que enganou deverá ser condenado à morte.

- Se uma pessoa roubar a propriedade de um templo ou corte, ele será condenado à morte e também aquele que receber o produto do roubo deverá ser igualmente condenado à morte.

- Se uma pessoa roubar o filho menor de outra, o ladrão deverá ser condenado à morte.

- Se uma pessoa arrombar uma casa, deverá ser condenado à morte na parte da frente do local do arrombamento e ser enterrado.

- Se uma pessoa deixar entrar água, e esta alagar as plantações do vizinho, ele deverá pagar 10 gur de cereais por cada 10 gan de terra.

- Se um homem tomar uma mulher como esposa, mas não tiver relações com ela, esta mulher não será considerada esposa deste homem.

- Se um homem adotar uma criança e der seu nome a ela como filho, criando-o, este filho quando crescer não poderá ser reclamado por outra pessoa.


Nenhum comentário:

Postar um comentário